Leap Second, o que “um segundo a mais” pode provocar.

  • 0
Assumindo que a Terra faz uma rotação completa sobre seu eixo em 24 horas ou exatos 86.400 segundos. O Leap Second nada mais é do que o acréscimo de 1 segundo a esse tempo, ou seja, esses 86.400 segundos transformam-se então em 86.401. Isso ocorre devido nosso planeta sofrer uma desaceleração de cerca de dois milésimos de segundo a cada dia no seu movimento natural de rotação. Contudo, existem outros fatores, que contribuem para esse “atraso”, como os deslocamentos da massa terrestre e dos oceanos, os terremotos e/ou tsunamis, pois estes afetam a área gravitacional da Terra.
Os relógios atômicos, por trabalharem de forma programada, acabam não acompanhando de maneira precisa essas variações de rotação. O que provoca, em algum momento, a “calibração” dos horários oficiais dos países. Esta mudança é feita pelo Serviço Internacional de Rotação e Sistemas de Referência Terrestre (IERS), instituição incumbida do fuso horário de referência mundial, o UTC. Os cálculos são feitos por institutos em diversos países, no Brasil o responsável é o Observatório Nacional (ON), por meio da Divisão de Serviço da Hora (DSHO), que verifica a necessidade de acrescentar, ou não, o segundo extra. Por convenção, os dias escolhidos foram 30 de junho ou 31 de dezembro. Desde 1972 já foram acrescentados 35 segundos.

PROBLEMAS

O maior problema que o Leap Second pode causar é no serviço de tecnologia e comunicação, baseados no Global Positioning System (GPS). É que esse sistema não atualiza automaticamente como o horário atômico e por isso vai acumulando os segundos e pode travar os sistemas de comunicação, principalmente os da internet.
Por exemplo, em 2012, a adição de um segundo ao relógio afetou sistemas baseados em Linux e a plataforma de aplicações Java, derrubando sites de empresas como Mozilla, Foursquare, Yelp, Reddit, LinkedIn e StumbleUpon. Os sistemas não contabilizaram a mudança no Protocolo de Tempo de Rede (NTP), responsável por fornecer a hora certa aos computadores, e por isso apresentaram problemas ou simplesmente travaram.
Se os computadores não forem programados para lidar com a variação de tempo, os dados trocados entre servidores podem se desencontrar.
Como os servidores e sistemas operacionais não estão configurados para ter um segundo 60, eles irão repetir o 59. A hora ficará da seguinte forma: 20h59min59 - 20h59min59 - 21h. Isso pode ocasionar problemas nos servidores, porque ele não entendem o motivo da repetição do tempo.

O QUE FAZER?

Os problemas causados pelo segundo extra podem ser tratados pelo Protocolo de Tempo de Rede (NTP), que soluciona a necessidade dos equipamentos trabalharem em sincronia entre si, com o tempo sempre avançando e com o horário padrão mundial UTC. No Brasil, programadores e o usuário final têm à disposição a NTP.br (ntp.br) para atualizar e configurar corretamente os sistemas operacionais para o segundo extra.

A Google, lançou nota dizendo que desenvolveu uma solução viável e prática, decidiu acrescentar milissegundos de forma gradual aos relógios de seu sistema para que falhas em seus serviços sejam evitadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário